sábado, 16 de janeiro de 2016

Voa Gaivota - Letícia de Morais

Um belo dia um homem estava caminhando triste pela praia até que viu uma gaivota na beira das ondas, estava quase se afogando, suas asas machucadas. Ao se aproximar da pequena ave, viu que ela estava ferida, percebeu que ela não era uma gaivota comum, ela era pequena e suas penas reluziam como arco-iris e o som que saia de seu bico não era semelhante a qualquer outra gaivota! Naquele instante ele amou a pequena ave, com total carinho pegou-a entre as mãos e levou-a para casa. Jurou para a pequena ave que a curaria e não deixaria ninguem a machucar!
A  pequena gaivota com o corpo ferido e sem poder fugir se entregou nas mãos daquele homem desconhecido e sua intuição dizia para confiar nas palavras dele, e assim ela fez.
Os dias foram passando e a ave foi se curando, ao estar completamente curada ela decidiu que não iria embora, que teria eterna gratidão por aquele homem.
Como não era uma gaivota comum era capaz de cantar, passava as tardes alegrando o homem com sua doce voz. Um amando o outro por suas particularidades. O homem passava horas admirando as lindas penas da gaivota, a gaivota passava horas ouvindo as histórias do homem. Eles estavam felizes tendo um ao outro!
Mas com o tempo o homem foi passando cada vez menos tempo com a gaivota, ele saia todas as ardes para caçar e se demorava na floresta. Cada dia passava mais tempo na floresta. A ave não sabia o que tinha feito de errado, buscou aprender novas melodias para agradar o homem... Ele não se importava mais, nem percebia que eram músicas nova.
Um dia quando ele saiu para a floresta a gaivota voou o seguiu sem que ele percebesse. O homem recostou numa árvore e assoviou, então surgiu do meio das flores uma outra ave e se aopiou no ombro do homem e começou a cantar e assim foi a tarde, ela cantava para ele e ele lhe contava histórias. A pequena gaivota ficou enciumada e voltou para casa no aguardo do homem.
Quando ele chegou nada falou, sentou e pediu um canto para dormir. O canto da gaivota foi o canto mais triste que qualquer um ja ouviu na face da terra, e ela cantava e de seus olhos saiam lagrimas e o homem tão cheio de si nem percebeu, estava satisfeito! Afinal tinha para si mesmo duas aves!
Os dias foram cada vez mais triste para a gaivota, o homem passava cada vez mais tempo na floresta e a noite ja cansado não contava mais histórias para a pequena ave e sempre lhe pedia para cantar!
A suave voz da gaivota foi se transformando estava perdendo a melodia e suas penas perdendo a beleza arco-iris estava se transformando em uma gaivota comum!
O homem passou o dia na floresta e quando voltou apenas comeu algo e saiu novamente, nem percebeu em que estado se encontrava a ave mágica. A ave entristecida começou a chorar e chorou tanto que fez uma poça de lágrimas na qual viu seu reflexo, ela viu em que ela estava se tornado, uma ave comum! Ela enxugou as lagrimas e disse para si mesma que isso jamais poderia acontecer!
Foi ate a janela tomou coragem e voou, voou sem olhar para tras, voou como com um suspiro e só voltou a respirar depois que estava longe... Voou para tão distante daquele lugar...
O homem quando chegou em casa percebeu que a ave não estava mais ali, ele não ligou achou que tinha apenas ido dar uma volta... Foi dormir e no dia seguinte não via sua pequena ave... Procurou e chamou por todos os cantos, naquele dia ele até se esqueceu de ir a floresta. Os dias foram passando e ele ficava sentando na porta esperando que ela voltasse... Sua tristeza foi aumentando e ele nem sentia mais vontade de ir à floresta... Se culpava! Era culpa de sua ganacia não ter percebido que a pequena gaivota precisava de sua antenção...
Anos se passaram e eles jamais tornaram a se ver novamente... A gaivota foi feliz e o homem se  culpou até o dia de sua morte, e todos os dias lembrava do ditado que seu avô lhe dizia: "Mais vale um passaro na mão do que dois voando"!








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